CDs com Mais de 650 MB
Os CDs que encontramos hoje no mercado brasileiro são os de 640 MB e 650 MB. Dificilmente encontraremos CDs de menor ou maior capacidade, principalmente a preços acessíveis. Na hora de gravar um CD desse tipo cria-se um problema: como fazê-lo?
Em primeiro lugar é preciso entender como os dados são gravados nos CDs. Eles são gravados em setores de 2352 bytes. Sendo que, destes, apenas 2048 ficam para os dados. Os 304 bytes restantes são usados para correção de erros e outras coisas mais. Algo extremamente importante para evitar erros de leitura do disco que são normalmente resolvidos com comando de "retry", principalmente se sua mídia possuir altas taxas de erro por leitura de bloco (BLER).
CDs gravados neste formato DADO + CRC + INF são também chamados de Modo 1. É devido ao Modo 1 que você só pode gravar 650 MB em um CD fisicamente desenvolvido para 740 MB de áudio.
Um erro comum nesses cálculos é assumir que o fabricante do seu CD entende megabyte como os fabricantes de HD, ou seja, 1000 x 1000 (10^6). Megabyte para os fabricantes de CD é o que realmente é, ou seja, 1024 x 1024 (2^20). Isso também explica o fato do aparecimento de curiosos CDs de 680 MB no mercado brasileiro. Esses CDs não são de 680 MB! São de 650 MB como qualquer outro, a diferença é como o megabyte é interpretado. No caso desses CDs é exatamente como os fabricantes de HD fazem e geralmente estes CDs são de fabricantes de HD, como a Samsung. É até interessante, porque existem CDs da Samsung com etiquetas de 650 MB e de 680 MB. Parecem tratar-se de CDs diferentes, mas são o mesmo CD, só que um é produzido por uma unidade que também produz HDs e outra não. Resumindo, um CD de 680 milhões de Bytes tem 650 MB e não 680 MB.
Como então um CD de 650 MB pode suportar até 740 MB? Simples, basta usar o espaço reservado para CRC + INF para gravar dados também. O que dá 80 MB a mais em um CD. CDs gravados desta maneira são referidos por CDs em Modo 2.
Alguns programas permitem realizar este tipo de gravação, mas nem todos os gravadores permitem fazê-lo. Alguns gravadores (entenda-se a maioria vendida no Brasil) estão programados para gravar o CRC + INF no disco, independente da ordem do programa. É preciso tomar cuidado com isso, porque se o programa não souber tratar este erro e corrigir o tamanho da imagem de CD gerada, você pode perder um CD e até mesmo danificar seu gravador. Ainda não vi um manual que fizesse referência a esse tipo de característica do gravador, e os manuais que informam que gravam CDs de até 680 MB estão normalmente errando as contas explicadas acima.
CDs gravados em Modo 2 não são lidos tão facilmente em qualquer drive de CD e podem apresentar inúmeros erros de um micro para outro de acordo com a configuração e montagem/cabeamento dos dispositivos internos. Antes de gravar um CD em Modo 2 e economizar alguns reais com este procedimento é preciso pensar quanto tempo isso pode custar.
Ao gravar CDs em Modo 2 dê preferência a mídias de alta densidade de superfície de gravação, desenvolvidas para drives de gravação de alta velocidade e grave o CD em 1x. Tudo isso a fim de prevenir erros. É preciso lembrar que este tipo de gravação acaba reduzindo a vida útil do CD, pelo número de vezes que o feixe de laser passará pelos mesmos pontos do disco procurando por informações que não existem e relendo setores que deram erro.
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